sábado, 30 de junho de 2012

Madalena Schwartz e o mundo andrógino da São Paulo dos anos 70




Recentemente me deparei com o livro Crisálidas da fotógrafa Madalena Schwartz lançado este ano pelo Instituto Moreira Salles. As fotografias que compõem a obra tratam do universo underground da São Paulo da década de 70. Travestis, transformistas e personagens de teatro posam para as lentes da fotógrafa justamente em um dos períodos mais repressivos da história brasileira. As fotos dramáticas trazem à tona um universo pouco explorado pela fotografia no Brasil. Em meio à efervescência de temas ligados à liberdade sexual, mas ao mesmo, tempos difíceis para as artes no Brasil, Schwartz faz emergir através de imagens contundentes personagens engajados na luta por liberdade de expressão em uma metrópole carregada de contradições. O acervo desta fotógrafa húngara radicada no Brasil se encontra no IMS e o livro pode ser encontrado na Livraria Cultura.



Post de Luísa Kuhl Brasil

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Câmera pinhole casca de ovo



Foto por francescco. Fonte: http://www.lomography.com.br/


O mundo da fotografia analógica não possui limites. E, em se tratando de pinhole, vários são os experimentos feitos em busca de fotografias que só uma câmera pinhole pode nos trazer. Para se conseguir tais "equipamentos" já foram usados objetos de todos os tipos e tamanhos: lata de leite em pó, lata de sardinha, com filme ou papel fotográfico. Agora, você já imaginou utilizar uma câmera feita de casca de ovo? Pois um fotógrafo italiano, chamado Francesco Capponi, desenvolveu essa técnica de fotografar com a casca de ovo e emulsão fotossensível líquida! Ele as chama de pinhegg e conseguiu resultados fantásticos. No link abaixo você poderá dar uma olhada nas imagens de Capponi, e, se tiver curiosidade, construir a sua pinhegg, pois lá tem todo o passo a passo! buon appetito!
 
 

Texto de Gustavo Reginato

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A fotografia na escola amplificando olhares

    No dia 19 de abril de 2012 o PhotoGraphein teve sua primeira ação na escola, participando do Projeto “Registros e Olhares”, coordenado pela professora Elisângela Mass e sediado no Colégio Sinodal Alfredo Simon, Pelotas/RS. Na ocasião, Amanda Corrêa e Juliano Petitot palestraram para estudantes do ensino médio sobre as questões históricas que envolvem o desenvolvimento da Fotografia, tendo como ponto de partida a discussão acerca da necessidade de autorrepresentação que acompanha os seres humanos ao longo da história. A palestra abordou a função mimética da pintura em determinados períodos históricos, e a sua gradativa substituição pela fotografia como instrumento capaz de capturar de modo fidedigno pessoas, objetos e cenários. Discutiram-se, também, as transformações de ambas as linguagens como meios de expressão artísticos autônomos, não mais restritos apenas à representação do real.
    Foram mostradas imagens de reproduções de obras de artistas que utilizavam a temática do autorretrato em suas proposições artísticas com diferentes finalidades de acordo com o contexto de suas produções. Questões específicas do surgimento da fotografia e dos processos fotográficos foram elucidadas, problematizando-se a evolução da técnica e a sua ampla disseminação nos dias de hoje, como uma prática cotidiana em todas as classes sociais.
    A palestra teve como objetivo apresentar na escola, para estudantes do Ensino Médio, o escopo teórico e o resultado de pesquisas desenvolvidas pelos integrantes do Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação, que versam sobre a construção e utilização de câmeras pin hole, ou da “lata de sardinha”. Além das já conhecidas câmeras digitais, foram apresentadas câmeras analógicas e as de fabricação artesanal. Assim, direcionamos o assunto para uma proposta de oficina de câmeras artesanais, a ser realizada no dia 07 de maio, como forma de exercício do olhar. Tal prática nos possibilitará abordar na escola de forma lúdica a importância de experiências que propiciam o desenvolvimento de leituras visuais do mundo. Isso, na consideração da importância que as imagens desempenham no cotidiano contemporâneo.
    O entusiasmo dos adolescentes com as câmeras “lata de sardinha” e a possibilidade de construírem as suas próprias “máquinas” fotográficas, comprovaram o impacto que a construção de câmeras artesanais provoca em grupos acostumados à praticidade e instantaneidade dos processos digitais. Desenvolver este tipo de equipamento artesanal desperta o interesse e a imaginação dos envolvidos, visto que os resultados são sempre inesperados e instigantes.
    A temática abordada obteve grande aceitação dos adolescentes que interagiram com os palestrantes e mostraram muito interesse em participar das práticas sugeridas. O site de câmeras analógicas Toy Camera (http://www.toycamera.com.br/) e o vídeo de construção de uma câmera artesanal em caixa de fósforos, disponível abaixo, também foram apresentados, como forma de aproximar ainda mais os estudantes do tema tratado, como uma estética e linguagem criativa e transgressora, acessível a todos.

Vídeo: "How to make a Matchbox Pinhole Camera"


Texto de Amanda Corrêa, Cláudia Brandão e Juliano Petitot